Negócios / Um levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), divulgado pelo portal Agro Estadão, mostra que a procura pelo seguro pecuário aumentou 71,9% entre janeiro e maio de 2024, com total arrecadado de R$ 54,4 milhões.
Mudanças climáticas como o um maior período de estiagem, enchentes ou geadas, têm impactado diretamente as produções agrícolas e pecuárias. Segundo a especialista e assistente técnica da Genebra Seguros, Patrícia Franco, motivos como estes têm preocupado os produtores rurais, fazendo com que a procura pelos seguros aumente como forma de minimizar abalos financeiros.
“O aumento nos custos da produção e a preocupação com doenças e surtos, como febre aftosa ou demais doenças que afetam o rebanho, têm feito com que os pecuaristas invistam em seguros para tentar reduzir o impacto financeiro. O apoio governamental faz total diferença para este crescimento ao oferecer subsídios para contratação. Isto torna o seguro mais acessível e motivador para os produtores”, afirma Franco.
No Brasil, esse tipo de seguro tem sido incentivado pelo governo por meio do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que subsidia parte dos prêmios pagos pelos produtores. “Esse programa é fundamental para tornar o seguro mais acessível, especialmente para pequenos e médios produtores, que são os mais vulneráveis às perdas climáticas”, acrescenta.
A CNSeg também aponta crescimento de 16,2% na contratação de seguro de vida para produtores rurais nos primeiros sete meses deste ano. A modalidade garante que, em caso de falecimento por morte natural ou acidental do produtor, as obrigações financeiras sejam cumpridas, protegendo a produção e a estabilidade econômica da família e da propriedade.
“A atividade rural apresenta alguns riscos, como acidentes em máquinas, no manejo com animais e em exposições climáticas adversas. Muitas vezes a produção é gerida por grupos familiares e o seguro de vida é uma solução para garantir a proteção financeira da mesma, reduzindo os impactos econômicos para os dependentes”, avalia a especialista da Genebra.
Entre as modalidades disponíveis no seguro rural, o agrícola também se destaca por proteger os investimentos em casos de seca, granizo, geada, chuvas excessivas, pragas ou doenças que afetam a produção. “Cultivar lavouras envolve um grande custo com insumos, maquinário, mão de obra e tecnologia. Em alguns casos, o seguro também é exigido pelas instituições para a obtenção de financiamentos e liberação de crédito”, ressalta Franco.
“Já o seguro de vida rural trata-se de uma apólice que cobre o produtor em casos de morte, invalidez ou doenças graves. Em algumas situações também pode incluir cláusulas que asseguram a continuidade das operações da propriedade, garantindo suporte financeiro aos dependentes e mantendo a propriedade ativa”, completa.
Marco legal do seguro rural
Também já está em discussão o Projeto de Lei 2.951/2024, que busca aprimorar o marco legal do Seguro Rural no Brasil. O objetivo central do projeto é melhorar o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) e criar um fundo de estabilização para cobrir riscos extraordinários, fortalecendo a previsibilidade orçamentária e a eficiência do setor.
“É um avanço significativo para o setor agropecuário, um dos motores da economia nacional. Além disso, este aprimoramento pode trazer mais dinamismo ao mercado de seguros, fortalecendo a proteção do produtor e contribuindo para a sustentabilidade e competitividade do agronegócio. O seguro rural vai muito além de ser apenas uma proteção financeira, trata-se de um mecanismo estratégico que impulsiona o desenvolvimento do campo”, finaliza a especialista.
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