Tecnologia / A tokenização está se tornando cada vez mais importante no mercado financeiro porque possibilita mudar a maneira como os investimentos são feitos e gerenciados. Nesse sentido, a tokenização é o processo de transformar um ativo físico, como um imóvel ou uma obra de arte, em uma versão digital. Quando se diz que um ativo foi "tokenizado", significa que ele ganhou um certificado digital, chamado de token, que é uma pequena unidade de código. Esse processo é feito usando a tecnologia blockchain, que garante que as informações registradas na rede sejam seguras e não possam ser alteradas ou fraudadas.
O Relatório de Economia Bancária do Banco Central – 2022 mostra que a disseminação da "tokenização" tem o potencial de gerar ganhos concretos em acessibilidade a ativos e promover maior eficiência nas transações. O documento destaca que, em geral, os ativos "tokenizados" podem ser transferidos facilmente, de forma fracionária e em segundos.
Para Nicolau Neto, CEO da Fidúcia SCM, instituição financeira regulada pelo Banco Central, essa inovação está revolucionando o acesso aos investimentos. "Esse modelo permite que investidores menores participem de ativos de alto valor, como imóveis, obras de arte e até ações de grandes empresas, algo que antes estava restrito a grandes investidores com capital substancial. E, o mais importante, garante segurança jurídica e transparência nas transações, criando um ambiente confiável para todos os envolvidos", explica.
Um exemplo é a tokenização de contratos, um dos serviços da Fidúcia SCM, que em vez do documento físico ou de um arquivo digital convencional, transforma o contrato em um token registrado e validado em uma rede blockchain, garantindo a autenticidade e a imutabilidade do conteúdo.
Como a tokenização é um processo de converter algo de valor em um token digital utilizável, um dos principais pontos de vantagem para o consumidor é, de fato, a segurança, devido ao uso da tecnologia blockchain. Segundo o Distrito Fintech Report 2023, os investimentos em blockchain no mundo todo chegaram a quase US$ 27 bilhões em 2022, o que mostra o potencial promissor dessa tecnologia de registro e validação de transações.
Nicolau Neto explica que a blockchain costuma diminuir o risco de fraudes no processo, uma vez que as informações são protegidas por criptografia, o que implica numa maior confiança para os investidores, reduzindo as incertezas relacionadas aos negócios.
Além disso, o especialista da Fidúcia SCM reforça que a tokenização inova o mercado ao reduzir a burocracia excessiva, a necessidade de intermediários e os custos elevados para realizar investimentos em ativos de alto desempenho. "Todos esses fatores têm tornado o mercado de ativos digitais uma alternativa mais acessível e atraente para pequenos investidores, que, de outra forma, não teriam acesso a essas oportunidades", comenta.
O Banco Central tem acompanhado de perto a evolução da tecnologia, refletindo a seriedade com que as instituições financeiras estão tratando a tokenização. Com o suporte de órgãos reguladores, a adoção da tecnologia tende a se expandir de forma mais forte no futuro próximo.
"A tokenização facilita o acesso a investimentos mais rentáveis, mas também oferece uma camada adicional de segurança jurídica, essencial para consolidar a confiança do investidor e garantir a sustentabilidade desse novo modelo no longo prazo", conclui Neto.
Para o especialista, o futuro aponta para um mercado financeiro mais inclusivo, onde a participação em ativos de alto valor será ampliada. Com a expansão da tokenização de contratos e ativos, novas oportunidades surgem, transformando o mercado global de negócios e investimentos.