Negócios / Os produtores rurais têm participação direta na adoção de práticas e métodos que buscam maior sustentabilidade, contribuindo para uma cadeia produtiva mais eficiente e equilibrada. O Seminário Quintais Produtivos das Mulheres Rurais, realizado periodicamente no interior do Mato Grosso do Sul, vem se consolidando como um espaço significativo onde mulheres agricultoras se reuniram para compartilhar experiências, conhecimentos e práticas de produção familiar sustentável. Na última edição do evento, a Binatural, especializada na produção de biodiesel, marcou presença e apresentou o programa Selo Biocombustível Social, que garante a participação da agricultura familiar na cadeia produtiva do biodiesel, atendendo a diretriz social do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
Focando na contribuição às associações e cooperativas de mulheres participantes, Camila Potenza, trader de Sustentabilidade da Binatural, debateu como essa iniciativa pode abrir novos horizontes de oportunidades para essas comunidades, fortalecendo ainda mais a sua atuação no setor. "Foi muito gratificante. No passado, trabalhamos com agricultura familiar na região e agora vemos um potencial significativo com a nova Portaria MDA nº 28, que permite a colaboração com associações cooperativas, mesmo sem a necessidade de um percentual mínimo do volume produtivo", afirmou.
Durante o seminário, a importância do diálogo entre empresas e grupos minoritários, como assentamentos de reforma agrária e indígenas foi enfatizada. "A contribuição das empresas é fundamental. Há uma lacuna no alcance a essas comunidades, que muitas vezes não são beneficiadas devido à falta de diálogo e de iniciativas voltadas para elas", avalia Camila.
O Programa Quintais Produtivos das Mulheres Rurais, desenvolvido pelo MDA, tem o objetivo de promover a autonomia econômica das mulheres rurais e melhorar a segurança alimentar nas famílias. A Binatural pretende juntar-se às universidades e instituições parceiras, visando potencializar a gestão e produção dos quintais, que são fundamentais para a subsistência das mulheres do campo.
"Todas as mulheres envolvidas no projeto já possuem certificados de qualidade e segurança alimentar, o que reforça nosso compromisso com a excelência na produção", destaca Camila, ao comentar sobre as certificações rigorosas que asseguram a qualidade dos produtos gerados nas comunidades.
Dentre os principais assuntos discutidos nas rodas de conversa entre as mulheres agricultoras, o acesso ao crédito foi um tema recorrente. Camila ressaltou que o Selo Biocombustível Social pode ser uma ferramenta eficaz para facilitar esse acesso e promover a diversificação da produção local.
Além disso, a companhia mostrou interesse em apoiar as comunidades dos povos originários do Pantanal e demais regiões, utilizando o selo como um meio para garantir a segurança e a independência dessas mulheres, respeitando suas tradições e valores, além de difundir os frutos nativos da região onde estão as aldeias. "Os desafios são muitos, mas os benefícios também são significativos. O Selo Biocombustível Social consegue alcançar agora até as pequenas associações e não fica restrito apenas às grandes cooperativas, promovendo a valorização da biodiversidade alimentar do nosso país", diz.
Segundo Camila, a empresa atua diretamente para a melhoria de toda a produção da agricultura familiar combatendo as mudanças climáticas por meio do biodiesel. “Agora vamos atuar diretamente com essas produtoras”, conclui.