Tecnologia / Pesquisas realizadas nos EUA revelaram que cerca de 60% dos adultos usaram a Internet para procurar informações médicas ou de saúde, mais de 40% utilizaram-na para se comunicar com um médico ou consultório médico e 46,1% usaram para procurar resultados de exames médicos. Os resultados demonstraram que os pacientes estão habituados e um uma curva ascendente de uso da tecnologia para acessar serviços de saúde e de autocuidados. A tendência vem estimulando hospitais, clínicas e laboratórios a investir em inovação para melhorar a comunicação e autonomia dos usuários.
O Hospital São Francisco (HSF), de Americana, no interior de São Paulo, é um exemplo. Instituição com mais de 80 anos de história, atende cerca de 10 mil pessoas por mês. Seus gestores decidiram oferecer aos pacientes internados uma opção à velha campainha dos quartos. Adotaram o Hospikol, um app israelense que muda a comunicação com a equipe médica, de enfermagem e hotelaria do hospital.
Para Douglas Guzzo, presidente do Hospital São Francisco, os recursos e a facilidade de uso surpreenderam. “Ao entregar essa ferramenta aos pacientes internados, damos a eles muito mais poder e controle para se comunicar e acessar a enfermagem. O paciente, muitas vezes, se sente impotente, pois está acamado, fragilizado e dependente. Mas com o app, a rotina muda. Basta baixá-lo no celular ou no dispositivo móvel do acompanhante e já começar a usar”, relatou.
No modo tradicional, quando o paciente internado tinha alguma necessidade, apertava a campainha, os enfermeiros eram obrigados a se deslocar até o quarto para entender o motivo do chamado, sair para buscar os insumos e só então retornar para atender o pedido e finalizar o atendimento. Com a nova tecnologia, isso não é mais necessário, pois o app já informa a demanda detalhadamente e os profissionais certos podem se dirigir ao leito com a medicação, alimento, materiais de higiene pessoal, entre outros, sem perder tempo, atendendo com rapidez aos chamados.
O caminho da inovação não precisa ser árduo, caro ou complexo
Guzzo explica que outro ponto positivo sobre o Hospikol é que não foi necessário um grande investimento para a instalação, apenas a garantia de uma conexão Wi-Fi de boa qualidade — tudo está na nuvem — e monitores grandes nas ilhas de enfermagem e área de hotelaria do hospital. Nesses LEDs, o nome do paciente, o número do quarto, do leito e as solicitações aparecem de forma organizada, sendo finalizadas após o atendimento pelo próprio paciente.
O hospital optou por uma implementação gradual, introduzindo os vários recursos modulares do aplicativo, uma ala por vez. Eles conheceram o sistema através da 3CON Consultoria. “O sistema, apesar das inúmeras possibilidades e recursos disponíveis, é muito fácil de trabalhar. Com a implantação por etapas e as orientações e consultoria corretas conseguimos dar maior atenção e suporte tanto para a enfermagem quanto para os pacientes. Apesar da pequena curva de aprendizado, é sempre necessário um período para apoiar a adoção e estimular o uso de uma nova tecnologia”, relatou Vitor Souza, responsável pela equipe de TI do HSF.
Eles contam que alguns pacientes têm resistência no início, mas após as orientações e ao perceberem as vantagens, tornam-se usuários confiantes. “Como em todo lugar do mundo hoje, mesmo pessoas de mais idade não vivem sem seus smartphones. A maioria usa redes sociais, joguinhos, entre outros apps. O Hospikol é tão ou mais fácil de usar. Praticamente 100% dos nossos pacientes que o utilizaram, aprovaram. É preciso reconhecer, no entanto, que alguns não dispensam o uso da campainha”, analisou Douglas Guzzo.
Nas alas em que o Hospikol já foi implantado, a satisfação é grande, tanto por parte dos enfermeiros quanto dos pacientes. “Quando o paciente precisa da enfermagem e de um atendimento mais rápido, já manda exatamente o que necessita. Se está com dor, pode atribuir um valor ao desconforto; se precisa de auxílio no banho, na amamentação ou em várias outras situações, o aplicativo busca facilitar a interação”, descreve Elaine Cristina Guimarães Castro, auxiliar de enfermagem do HSF.
A meta do hospital é implantar o aplicativo em todos os setores, juntamente com a maioria de seus módulos. “A consultoria da 3CON nos mostrou que o caminho da inovação não precisa ser árduo, caro ou complexo. Essa mudança de patamar foi essencial para conectar a nossa tradição à modernidade e à disposição de melhorar a experiência dos nossos usuários e surpreendê-los”, disse o presidente do HSF.
O Hospikol foi desenvolvido em Israel como resposta aos desafios enfrentados por hospitais ao redor do mundo, como a falta de comunicação eficiente com os pacientes e a necessidade de melhor coordenação entre as equipes médicas e a gestão de recursos hospitalares.
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