Negócios / O crescente interesse por carros clássicos impulsiona o mercado global de restauração e atrai investidores ao redor do mundo. Segundo a Credence Research, o setor deve alcançar uma taxa de crescimento anual de 8,7% até 2028, com projeções de chegar a US$51,3 bilhões. Esse aumento reflete o fascínio cultural e o potencial de valorização desses veículos, como demonstra a Ferrari mais cara já comercializada, uma 250 GTO de 1960, arrematada por mais de US$70 milhões em leilão.
No Brasil, o mercado de carros antigos segue a tendência global, movimentando cerca de R$32,6 bilhões anualmente, de acordo com um estudo de 2021 da JDA encomendado pela Federação Internacional de Veículos Antigos (FIVA). Aproximadamente metade desse valor refere-se a gastos com seguro, manutenção, restauração e combustível, enquanto R$12,3 bilhões são provenientes da venda de veículos clássicos. Cada automóvel nesse segmento tem um valor médio de R$129 mil.
Fabio Zanluchi, especialista em restauração automotiva há mais de 15 anos, observa uma crescente sofisticação no setor, que agora atende a uma clientela em busca de técnicas de preservação que mantêm a originalidade dos veículos. “A técnica conhecida como 'martelinho de ouro' permite reparar amassados sem substituir peças ou alterar a pintura original”, explica. A Prathauto Restauração, localizada no Rio Grande do Sul, especializada na restauração de carros importados, utiliza das habilidades manuais de Zanluchi para restaurar carros clássicos como Corvette, Mustang e Dodge.
“Esses carros exigem um cuidado especial de manutenção, o que adiciona em seu valor de mercado”, explica Zanluchi, que atua também na Itália e na França, e ministra cursos de aperfeiçoamento no setor de martelinho de ouro. Segundo ele, há mais demanda do que mão de obra especializada no setor de reparos de carros antigos. De acordo com o Markets and Markets, o mercado global de restauração de veículos, incluindo os modelos clássicos, deve crescer 11,2% ao ano até 2030, alcançando US$5,5 bilhões.
Seguindo a tendência, a gestora Azimut Brasil lançou um fundo de investimentos exclusivo em carros clássicos de luxo. Com uma carteira de 13 automóveis no valor total de R$500 milhões, a empresa pretende dobrar esse patrimônio em três anos. O fundo concentra-se em veículos de alto valor, reforçando o apelo desses ativos como investimentos para colecionadores e investidores de alto poder aquisitivo.
A Federação Mundial de Veículos Antigos (FIVA) define carros clássicos como modelos com pelo menos 30 anos, preservados em suas condições originais e mantidos de forma historicamente fiel. Embora sejam funcionais, esses automóveis não devem ser usados no transporte diário, preservando seu status como peças de coleção e valorização histórica.
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