Negócios / Um relatório da Henley & Partners, repercutido pelo site da Money Times, revelou que aproximadamente 800 milionários deixarão o Brasil e seguirão para outro país em 2024. Estados Unidos e Portugal são os principais destinos de milionários do país, que soma mais de 82.400 cidadãos com mais de US$ 1 milhão (R$ 5,54 milhões).
O Brasil é o sexto país com a maior previsão de emigração de milionários, atrás da China, Reino Unido, Índia, Coreia do Sul e Rússia. A pesquisa também demonstra que a busca por um estilo de vida melhor, com ambientes mais seguros e acesso a serviços de saúde e educação de qualidade são os principais fatores que despertam o interesse dos milionários brasileiros em países como os EUA.
Eduardo Junqueira Martins Ferreira, empresário e especialista em investimentos financeiros e imobiliários, explica que uma série de fatores de mercado vêm contribuindo para que brasileiros milionários estejam optando por migrar para outro país. “Há muitos anos, o Brasil convive com fatores como insegurança política e econômica, além de uma instabilidade que pode afugentar milionários de qualquer país”.
“Existem questões que, nos EUA, podem ser resolvidas em menos de um mês, enquanto o mesmo processo pode levar anos para ser concluído no Brasil, apenas por conta das licenças - o que pode desmotivar um investidor”, articula Ferreira. “A possibilidade de uma economia estável, sem tantas burocracias e com um ambiente fiscal favorável, é atraente para investidores brasileiros”, complementa.
Na visão do empresário, para além da facilidade de investir e empreender, elementos como qualidade de vida e de ensino para os filhos costumam levar milionários do Brasil para os Estados Unidos.
“Soma-se a isso outros aspectos, como a violência no Brasil, a insegurança política que, por consequência, gera uma insegurança econômica”, afirma Ferreira. “Prova disso, podemos ver que parte da população dolariza os seus investimentos por pura precaução”, destaca.
Na perspectiva do investidor, os milionários deverão continuar deixando o Brasil nos próximos anos. “Com a globalização, ficou mais fácil conhecer o mundo e isso fez com que se tornasse mais fácil criarmos coragem para fazer essa escolha”, complementa.
Estrangeiros retiraram R$ 28,6 bilhões da B3
Investidores estrangeiros retiraram R$ 28,6 bilhões da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) de janeiro a setembro de 2024, conforme balanço repercutido pelo portal Poder360. Em setembro, foram retirados R$ 2,0 bilhões. Com isso, a B3 chegou ao 7º mês de saldo negativo em capital internacional.
Na visão de Ferreira, o fenômeno é uma tendência. “Apesar disso, um investidor com um bom assessor financeiro e disposto a investir a longo prazo ainda é capaz de ter retorno financeiro na B3”.
O especialista explica que, com a sua experiência no mercado financeiro, decidiu concentrar 90% de seus investimentos em imóveis. “Diversifico bastante dentro dessa área: investindo em casas, apartamentos e fazendas. Além disso, faço loteamentos e adquiro propriedades no exterior. Hoje, posso dizer que sou um investidor conservador”, revela.
Especialista iniciou a carreira na Bovespa
Eduardo Junqueira Martins Ferreira possui graduação em Administração de Empresas pela Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) desde sua formação, em 1993. Ao longo dos anos, o empresário e investidor acumulou experiência em diversos setores. “Iniciei minha carreira como operador do pregão da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) em 1988, com 20 anos”, conta.
Em 1996, Ferreira foi contratado pela Planner Corretora de Valores, onde ficou até 1998, operando para fundos de pensão de grandes empresas brasileiras. Entre 1998 a 2004, foi contratado pelo Banco Cruzeiro Do Sul para operar além dos grandes fundos de pensão também a carteira própria do banco ainda no pregão Bolsa De Valores do Estado de São Paulo.
“Após o fim do pregão ao vivo, em 2005, passei a operar de forma independente na Solidez Corretora De Cambio Titulos e Valores Mobiliários”, destaca. “Em 2009, fui para Diferencial Corretora, operar também minha carteira própria de ações, realizando operações financeiras substanciais e estabelecendo parcerias estratégicas no mercado”, complementa.
Desde 2011, Ferreira atua como empresário e investidor, focando no desenvolvimento de projetos imobiliários de grande porte, como um loteamento náutico de alto luxo, que está em fase de aprovação adiantada. Também atua com a produção de cana-de-açúcar em parceria com usinas do setor sucroalcooleiro e, atualmente, possui uma parceria comercial com a Usina Bazan S.A e a Usina Raizen S.A.